segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Mais de 100 mil pessoas sofrem com o Caso Aerus


Flávio Bastian era mecânico de manutenção das aeronaves da extinta Varig e durante muitos anos de sua vida trabalhista contribuía mês a mês com um dinheiro do próprio salário para o Fundo de Pensão AERUS. Hoje, ele é um dos milhares que esperam recuperar o dinheiro que foi investido para uma aposentadoria digna.




Silvia Bastian, esposa de Flávio, representa milhares de mulheres que sofrem junto com os maridos essa situação injusta. Para ajudar nas finanças da família, ela fabrica artesanalmente adereços finos e embalagens de doces para festas de todos os tipos. Aliás, se alguém quiser uma decoração como essa da foto abaixo, o telefone para falar com a Sílvia é (51) 9156.9878.


A família Bastian está entre as mais de 17 mil famílias que sofrem com o Caso Aerus. É importante ressaltar que não são só os aposentados os prejudicados diretamente pelo Caso Aerus, eles são apenas a ponta do iceberg. Por trás desses trabalhadores, famílias inteiras passam por dificuldades tanto financeira como emocionalmente.

Leia abaixo uma carta, gentilmente cedida por Sílvia para o blog Aviões Abatidos:

A todos aqueles que se sensibilizam com a situação em que se encontram os aposentados do AERUS. Sou esposa, como tantas outras, de um dos aposentados do
AERUS.

Todos sabem da nossa penúria, durante todos estes longos anos nos quais viemos lutando ao lado dos nossos maridos e filhos, alguns ainda adolescentes. Imagine-se em nossos lugares.

Isso não poderia acontecer depois de tantos anos de trabalho e dedicação para uma empresa, a qual tínhamos como uma extensão das nossas famílias, sendo que a maioria dos aposentados trabalharam a vida inteira na mesma empresa. Tanto é, que acreditando nos frutos do seu trabalho, criaram um fundo de pensão que lhes garantiria um futuro digno e uma velhice tranqüila. Muitos, após terem se aposentado pelo INSS, ficaram mais alguns anos para completar suas idades e suas cotas de contribuição.

Sempre assistíamos todas as reuniões e projetos feitos em torno do AERUS e tudo indicava seriedade e firmeza para com as aplicações financeiras. Sempre passaram a idéia de que todos estariam garantidos, desde que contribuíssem para o referido plano, de acordo com as suas normas. Imagine, agora, quantos já estão com idade avançada, precisando de remédios, tratamentos especiais, uma alimentação saudável, de um pouco mais de cuidados e não estão conseguindo suprir o essencial. Quantos já morreram de preocupação, ou por falta de maiores cuidados. Quantas viúvas estão quase na miséria.

Por mais que quisessem trabalhar novamente. Isto é, se tivessem força para trabalhar, ainda assim, não poderiam. Os mais velhos não encontram trabalho. É duro demais sentir que depois de tantos anos trabalhando para manter suas famílias com dignidade, agora tenham que privar-se do necessário, cortando, às vezes, até a alimentação ou remédios, até agasalhos que a idade requer. Tudo o que tem a ser feito é apenas rever esta causa e agilizar o processo para que todos tenham a justa recompensa pelo esforço ao longo da vida ativa na empresa.

Estes recursos existem, cabe apenas distribuí-los com justiça e boa vontade para que todos aqueles que estão esperando ansiosamente possam, pelo menos, finalizar seus dias com mais dignidade e dormir em paz, sabendo que amanhã terão o remedinho, o alimento e suas continhas usuais pagas honradamente como sempre foi em suas vidas, até o momento em que se instalou este caos.

Rezemos para que logo tenhamos uma definição para esta causa tão justa e sofrida.

Obrigado Flávio e Silvia por não perderem a esperança, vamos continuar lutando para que o Governo pague o que está devendo para todos os Aposentados do Aerus.

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